segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

AS CONCHAS

Sempre gostei de conchas. Quando pequena, colecionava-as
Lembro-me de andar quilômetros atrás delas
Meus olhos ficavam fixos à beira do mar
Aonde as ondas acabam
As conchas servem de proteção pra vários animais, os moluscos por exemplo
São cristais de cálcio e o órgão que forma a concha chama-se manto
São arrastadas pela força da maré e
Quando um predador se aproxima, o molusco se esconde dentro da concha dura
 Como a concha é muito dura, o predador desiste e o molusco se salva.
Tem também as ostras, mas delas vou falar outro dia
Quero apenas me despedir deste mês de janeiro de 2012
Celebrando as conchas que encontrei em Porto Belo
Neste último final de semana do mês 1 de 2012.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

NASCIMENTO


Nasci dia 26 de maio
Arrancada do útero
Não foi fácil, me lembro ainda
Tudo era desconhecido
A única coisa familiar era o cheiro da minha mãe
Sobrevivi ao susto, mas
Ao longo da vida morri algumas vezes
Mas renasci a todas
A minha última morte foi diferente
Foi uma morte como se a cobra que circunda o pescoço de Shiva
Repentinamente a estrangulasse
Porém, como Shiva não teme a morte
E vê no fim o início
Assim como a Flor de Lotus
Que submerge no pântano
Reaparecendo dia a dia quando o sol brilha
Da mesma maneira fiz eu
A cada dia que o sol nasce
Saio da escuridão da morte
E como Shiva, Krisna, Buda
Percebi que a cobra era apenas o perfume do almiscar
Efêmero, acidental, passageiro
Sei agora que não fui atingida pela morte
Mas pela vida
Nasci!
E posso comemorar hoje meu 1º mês de vida
Longe da cobra que circunda, que suga, que mata
Nasci dia 26 de dezembro

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

BEATLES



Sempre ouço dizer que a música existe antes e depois dos Beatles. Que o Rock que se faz hoje, o Punk, o Heavy Metal são todos filhotes dos Beatles. Acho que é um certo exagero. Mas vai, não vou entrar no mérito da questão. A verdade é que não tem como não curtir os caras, são encantadores, a música é de uma riqueza quase completa. Hoje ouvi Beatles tocado por 2 violonistas, Fernando Melo e Luiz Bueno - Duofel plays Beatles -  e não encontro palavras para expressar o quanto foi bom, o quanto a música foi uníssona, parecia um único violão, um único som. Harmonia perfeita, clima, ambiente, tudo brilhava. Fora do Teatro o sol se punha e por algumas frestas pude perceber a última luz do dia. O silêncio era quebrado pela música que atingia todos os sentidos. Fiquei hipnotizada por aqueles dois homens que entrelaçavam os dedos nas cordas fazendo delas a continuação dos dedos. O repertório, Beatles. Extasiada fiquei e completa estou. Meus sentidos, todos a flor da pele. O prazer que só a arte pode dar. Confesso que estou em Alfa, ou Beta ou quem sabe Gama. Os Beatles pulsam em minh'alma.
Por essas e por outras é que eu adoro o mês de janeiro.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

JANEIRO


Sempre gostei do mês de janeiro. O ar do verão me faz bem. Na infância eram as viagens em família, sempre um lugar inusitado, bem escolhido.
Durante a adolescência as férias em Camboriu (hoje Balneário) junto com as primas. Brincadeiras, barcos a vela construidas com lençóis brancos, picolé, muito mar e sol.
Janeiro tem cheiro de coisa nova, mesmo o conhecido torna-se novo.
Janeiro tem música a escolher, tem aventura na Ilha, tem cinema, tem banho de chuva, tem visita, tem desafios, tem dia claro até tarde.
Mas o que mais me faz gostar desse primeiro mês do ano é a esperança da mudança. Sempre, na primeira lua cheia de janeiro, faço reza pro Deus Mudança, acendo vela e canto um mantra.
Energizo as pedras que me acompanharão durante o ano.
Transformo emoções perturbadoras em sentimento de amor e compaixão incondicionais.
Luto pela mudança dos paradigmas mentais.
Combato os vírus que se desenvolveram em minh'alma.
Desenvolvo novos hábitos para fortalecer a persistência.
Faço minhas escolhas e descarto o veneno.
Em janeiro tenho a certeza do tempo.






domingo, 8 de janeiro de 2012


O Olhar foi certeiro nas mãos dadas
Não escapou o abraço
Tudo foi visto
Tudo foi sentido
Tudo foi previsto
Nada foi caluniado
A personalidade borderline naufragou
Não existe incerteza, não existe imaginação, não existe ficção
Existe a realidade nua, a mais nua já vista
A mais dura, mais fria, a mais cruel já vivida
Mas lembrando Zaratustra (de Nietzsche)
Imagino a luz do Sol vindo do além do horizonte ao amanhecer
Como a simples noção de vitória

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O DIA DOS TRÊS REIS

Hoje começa em mim o Novo Ano Novo
Sigo a tradição dos Três Reis Magos
Observo a Estrela incomum e vou atrás dela
Me unto com Mirra para conservar minha infinitude
Acendo um Incenso e com ele a minha fé no ser humano
Minhas orelhas eu enfeito com Ouro saudando a grandeza da escuta
(Ah! quantas vezes eu deveria ter me escutado)
Assim como Melchior, Gaspar e Baltazar
Exercito o desprendimento
Obedeço ao destino e me curvo frente a ele
Consulto Zaratustra (de Nietzsche) que me diz
Que o conhecimento só pode vir de dentro
E que ao nascer do Sol de cada dia está a simples noção de vitória
Pouco a pouco celebro minhas pulsões não contidas
Percorro o céu (com os olhos) e exulto a existência recebida
Expurgo toda a fraqueza, todas as vergonhas
Suporto o sofrimento
Pois sei que atrás das montanhas escuras
Existe luz